O que não te contam sobre a artrose

Muita gente chega no meu consultório falando: “Doutor, essa dor no joelho é da idade, né? Tem que se acostumar”. Ou então: “Minhas mãos doem e estão ficando tortas, mas minha mãe também tinha, é de família”. Essa ideia de que a artrose é uma sentença, um problema sem solução que vem com o envelhecimento, é muito comum. Mas eu estou aqui para dizer que não precisa ser assim.

A artrose, que a gente chama tecnicamente de osteoartrite, é sim um desgaste daquela “borrachinha” que protege os nossos ossos, a cartilagem. Mas ela é muito mais do que isso. É um processo de inflamação que causa dor, rigidez e pode, sim, limitar muito a nossa vida. E entender o que está acontecendo é o primeiro passo para encontrar alívio e recuperar a qualidade de vida.

joelho com artrose, destacando a inflamação e a dor. Representação visual da osteoartrite do joelho, em artigo de tratamentos, sintomas e prevenção da artrose.

O Que Acontece Dentro da Articulação?

Imagine a cartilagem como o amortecedor de um carro. Com o tempo e o uso, ele vai se desgastando. Na artrose, acontece algo parecido. A cartilagem fica mais fina, áspera, e perde a capacidade de amortecer o impacto. O osso embaixo dela começa a sofrer, a articulação inflama e aí vem a dor.

Os locais mais comuns onde a artrose gosta de aparecer são:

Quadril: A dor pode ser sentida na virilha ou na coxa, e dificulta atividades como calçar os sapatos ou entrar e sair do carro.

Joelhos: A dor costuma piorar ao subir e descer escadas, ao se levantar depois de muito tempo sentado, e pode vir acompanhada de inchaço.

Mãos: Geralmente atinge as articulações dos dedos, que podem ficar doloridos, inchados e com aqueles “nódulos” duros. Abrir um pote ou segurar um objeto pode se tornar uma tarefa difícil.

Coluna: Causa dor nas costas, rigidez e pode limitar os movimentos.

Pessoa sentindo o impacto da artrose nas atividades diárias, como dor nas mãos e joelhos.

Tratamento é Muito Mais do que Só Tomar Remédio

Quando falamos em tratar a artrose, a primeira coisa que vem à cabeça é o analgésico. Ele é importante, sim, para controlar a dor nas crises. Mas o tratamento de verdade, aquele que melhora a sua vida a longo prazo, envolve um plano muito mais completo.

Outras Terapias: Compressas quentes podem ajudar a aliviar a rigidez, e em alguns casos, infiltrações podem ser uma opção para controlar a inflamação e a dor.

Movimento é Fundamental: Pode parecer estranho, mas ficar parado piora a artrose. Músculos fracos sobrecarregam ainda mais a articulação doente. Por isso, atividades como fisioterapia, hidroginástica ou caminhadas leves são essenciais. Elas fortalecem quem precisa de força e “lubrificam” a junta.

Controle de Peso: Cada quilo a mais que carregamos multiplica a pressão sobre nossos joelhos e quadris. Perder peso é uma das intervenções mais eficazes para aliviar a dor nessas articulações.

Medicação Consciente: Como eu sempre digo, precisamos pensar bem antes de usar medicamentos. Anti-inflamatórios e analgésicos são úteis, mas seu uso contínuo, especialmente em idosos, pode trazer outros problemas para o estômago e os rins. Usamos quando precisa, na dose certa e pelo tempo certo.

Idosa fazendo hidroginástica como parte do tratamento eficaz para a artrose.

Como um Médico com Foco na Saúde da Família Pode Ajudar?

Médico em Curitiba e Araucária que trata artrite reumatoide

A dor da artrose não é só na junta. Ela afeta o sono, o humor, a independência. Meu papel, como Médico com Atuação Focada na Saúde da Família, é olhar para você, e não apenas para o seu raio-X. Na nossa consulta, vamos conversar sobre como essa dor impacta o seu dia a dia, o que você já tentou fazer, o que funcionou e o que não funcionou. A partir daí, nós montamos um plano juntos. Um plano que equilibra o alívio da dor com a segurança, que incentiva o movimento e que busca, acima de tudo, devolver a sua capacidade de fazer as coisas que você gosta com menos dor e mais alegria.

Conclusão: É Possível Viver Bem, Mesmo com Artrose

O objetivo do tratamento da artrose nem sempre é a “cura” total, mas sim o controle. É diminuir a dor a um nível que permita que você caminhe, que pegue seus netos no colo, que cuide do seu jardim. É devolver a função e a qualidade de vida. Não aceite a dor como uma companheira inevitável. Existem muitos caminhos para controlá-la. Vamos encontrar o melhor para você.

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